sexta-feira, 6 de junho de 2008

TODA A CULPA EM UM SORRISO

Não existem palavras para alguns momentos. E isso, que talvez pareça ser uma verdade universal, sempre é posto a prova em nossas vidas.
Ele não pensou que tudo seria natural. Na verdade, imaginou um clima estranho e suavemente pesado, mas considerou-se preparado para enfrentar o que a ele fosse apresentado. Já fazia um tempo que não a via, e nesse tempo sua vida mudou, para melhor, de uma maneira que ele não poderia imaginar em um passado próximo. Ao que parece, ironicamente, tudo o que ele fez de errado acabou dando muito certo.
Porém, como todos os bons momentos da vida, havia um lado ruim. Se libertar das correntes do passado e dos compromissos do presente o custou uma parcela do seu caráter que ele não estava acostumado a perder e o fez fazer, e se arrepender, de coisas que ele não gostava de ter em sua vida.
Foi muito ruim, muito chato, talvez muito degradante, tudo o que ele fez com ela. Mentiras e promessas quebradas não pareceram tão normais assim quando ele percebeu que teria de encontrar com quem se decepcionou com ele, além dele próprio.
Mas, na verdade, para ele, não havia traumas; ele estava feliz por viver empolgado, animado, apaixonado como há muito tempo não vivia, mas ainda se sentia culpado por ter feito tanto mal, para se sentir tão bem.
O encontro era óbvio e tinha hora marcada. Ele não quis e não se lembrou de pensar muito no que fazer ou no que dizer. Simplesmente foi se juntar à multidão de apenas uma pessoa, aquela que nele provocava culpa, mas o fazia lembrar de que tudo o que aconteceu foi extremamente válido.
Quando chegou, não a viu, nem pensou em procurá-la, estava ocupado e apressado, tentando arranjar maneiras de responder às perguntas de todos da maneira mais correta e rápida possível. Porém, em meio a tantos rostos conhecidos, lembrou daquilo que o estava incomodando naquele momento, daquela sensação de que estava esquecendo alguma coisa. Ela devia estar por perto, olhando para ele, muito provavelmente pensando no que fazer se ele também olhasse para ela.
No momento em que pensou em procurá-la, o fez errado. No lugar e hora errados, não se frustrou em não notá-la, talvez tenha até ficado mais tranqüilo; tranqüilo para, em um dado momento, sem que nenhuma emoção o tomasse, olhar inocentemente e vê-la, bem na sua frente, com um sorriso óbvio e embaraçoso, de quem não queria mostrar, mas estava pensando nele.
O sorriso dela talvez fosse de superioridade, por saber que nada fez de errado em relação a ele; talvez fosse de vergonha, por não conseguir disfarçar o fato de notar tão fortemente a presença dele, talvez fosse de alegria, por não ter acontecido naquele momento nada fora do normal. Ele não entendeu o sorriso, mas teve uma reação que não imaginou, e sorriu também, ficou muito feliz de vê-la sorrir naquele momento, por qualquer motivo que fosse; tão feliz que repensou a idéia do sorriso, se questionando se havia outro motivo para que ela sorrisse.
Seja o que estivesse escondido naqueles ares de comédia, a sua presença não a deixou mal, e o deixou ótimo, e tudo isso era incrivelmente reconfortante.
Todo o momento foi rápido, e a culpa que ele sentia, aliada a vergonha de olhar em olhos tão doces, para os quais havia contado mentiras tão amargas, foi mostrada naquele sorriso. Ele ainda lembrou-se desse sorriso algumas vezes, até mesmo ao ver outra pessoa sorrir, e foi estranhamente bom para ele notar que ela estava bem, e que ele poderia sorrir para ela sempre, porque se sentiria culpado para sempre ao ver aquele sorriso lindo, suave e pequeno de quem sabe que tudo foi, de alguma maneira, inesquecível.

A Pedidos

Depois de tanto ler blogs, tanto postar em blogs de amigos meus e de gostar tanto de posts de desconhecidos que acho que seriam bons amigos, resolvi criar, e movimentar, meu próprio blog! É natural que eu esteja cedendo a pressões de outros blogueiros que querem me ver escrever mais, mas acho isso normal... percebi que os melhores blogs surgem a pedidos.

Nem preciso dizer que vai ser difícil achar um estilo próprio e, principalmente, contornar minha mania de escrever coisas ótimas (a falta de humildade será pontual, eu prometo) mas que apenas quem me conhece muito bem consegue entender.

Agradeço aos amigos e críticos de tudo o que postei até o presente momento, vocês são o público deste blog...espero que vocês continuem me dando boas idéias, com ou sem intenção.